Um divórcio de 130 milhões

Um discreto empresário português de Vila Nova de Famalicão, dono ?de uma empresa de construção civil com negócios em sete países, é notícia na imprensa inglesa por estar a protagonizar uma separação milionária

Aos 46 anos, o discreto empresário Manuel Couto Alves, administrador do grupo MCA, sediado em Guimarães, pode ficar conhecido não pelos milhares de obras que já construiu mundo fora mas pelos milhões de euros que poderá ter que pagar a Tatyana Franchuck, uma ex-modelo ucraniana com quem casou em 2009.

Manuel Couto Alves começou a sua atividade profissional com uma empresa de construção civil, seguindo as pisadas do pai, mas rapidamente entrou em outras áreas de negócio, como a energia, a exploração de pedreiras, máquinas e a concessão de marinas. No total, o grupo MCA, fundado em 1998, tem hoje empresas em sete países - Portugal, Angola, Alemanha, Espanha, Moçambique, Guiné Conacri e Argélia - e emprega mais de 2 mil colaboradores. Apesar da dimensão do grupo, cuja holding teve em 2013 um lucro de 28 milhões de euros, Couto Alves passava 'despercebido' até a sua mulher dizer que quer 130 milhões de euros para se divorciar dele. Uma quantia que, a ser paga, transforma a separação do empresário de construção civil - requerida pelo próprio em maio - no mais caro divórcio já realizado em Portugal.

Vizinhos de Mourinho em Londres

O casamento, realizado em Portugal, foi  celebrado em regime de separação total de bens, quase sem convidados, sob o sol algarvio. Tatyana ficou, desde essa altura, com dupla nacionalidade, ucraniana e portuguesa, passando a viver tanto em Londres como no Porto ou no Algarve.

"Ele fica com os bens e ela com a carteira e os cartões", comenta à VISÃO um amigo do casal. E que bens são esses? Casas em vários países, barcos, marinas e picadeiros  e as empresas de que é administrador.

Em Londres, onde o casal viveu juntamente com um dos filhos de um anterior casamento de Tatyana e onde a ex-modelo ainda reside, eram vizinhos de José Mourinho. Moravam em Eaton Place, uma das zonas mais caras e exclusivas de Londres, em Belgravia, onde um apartamento com cinco quartos pode custar mais de 16 milhões de euros.

Mas o património de Couto Alves, que, juram os amigos, "casou por amor", vai muito além do 'flat' com seis quartos numa das zonas londrinas mais chiques. Possui casa em Angola e em quase todos os países onde tem negócios.  É dono de um iate amarado em Palma de Maiorca e tem "um barco mais pequeno" na Marina de Gaia. A casa de família é, oficialmente, na Foz do Porto, relativamente perto do local onde vivem a primeira mulher do empresário e a sua única filha, para quem construiu um centro hípico em Leça da Palmeira. Couto Alves é ainda proprietário de casas na Quinta do Lago, no Algarve, em Guimarães e é proprietário da Douro Marina, em Vila Nova de Gaia, com capacidade para albergar 300 barcos.

Sem gostar de dar nas vistas, Manuel não aposta só nos negócios, mas também na solidariedade. Em outubro e novembro, coordenou uma bem sucedida campanha de recolha de leite para o Orfanato Mamã Muxima, em Luanda.

No processo de divórcio que já está a correr e que foi iniciado pelo empresário, a casa da Foz ficou definida como sendo "a casa da família". Contactado pela VISÃO, Valdemar Pereira da Silva, advogado  do empresário, disse apenas que Manuel Couto Alves "tem muito respeito pela imprensa, mas sabe distinguir a vida pública da vida privada", não prestando qualquer outra informação.

O escritório de advogados que representa os interesses de Tatyana em Portugal, localizado em Lisboa, remeteu-se ao silêncio. A ucraniana, dona de uma galeria de arte em Kiev, quer "levar" o processo de divórcio para os tribunais ingleses. Ao jornal britânico Daily Mail disse  ter medo "que a decisão final do divórcio não seja justa por estar a ser tratada no país" do ainda marido.

Um país com "boas empregadas domésticas"

O casal conheceu-se em Londres e namorou quase dois anos. Nos quatro anos em que estiveram casados,  foram poucos os que privaram de perto com o casal, que fez questão de preservar ao máximo a sua privacidade. "Mas tinham uma vida de opulência e não faltava absolutamente nada a Tatyana", frisa o mesmo amigo do casal, que raras vezes passou pelo número 101 de Eaton Place. Em Portugal, o empresário era muito mais recatado. "Vestia roupa informal e tinha uma vida muito mais simples e barata."

Tatyana terá decidido recorrer aos jornais ingleses para 'anunciar' o divórcio depois de ter conhecimento de uma suposta relação do marido com a filha  de um administrador do Banco Espírito Santo. Essa será mesmo a principal "arma" para a ex--modelo avançar com o pedido de 130 milhões de euros.

Este é o segundo divórcio de Tatyana. Foi casada em primeiras núpcias com um oligarca ucraniano, Igor Franchuk, com quem viveu cerca de dez anos. Segundo a imprensa ucraniana, o divórcio em 2008 resultou na partilha do património comum e numa disputa amarga pela custódia dos dois filhos. Em 2012, o tribunal determinou a entrega do filho mais novo, Yaroslav, à mãe, que já tinha junto de si, em Londres, o mais velho, Alexander. Contudo, Yaroslav continua a viver a maior parte do tempo com o pai.

Fã das redes sociais, Tatyana Franchuk partilhou, ao longo dos anos, várias fotografias e opiniões sobre Portugal. Este ano, no Instagram, foram publicadas dezenas de fotografias tiradas do Minho ao Algarve. As fotos e os comentários indicam que passava temporadas no país do marido e que vinha a Portugal várias vezes por ano. Um país "quente", "simpático" e com "boas empregadas domésticas", nas suas palavras.



fontes: http://visao.sapo.pt

publicado por adm às 15:04 | link do post | comentar